Meu filho aceitava bem os alimentos, mas agora não quer mais comer
“Meu filho não come” ou “Meu filho faz cara feia para a comida”
Não existem frases mais angustiantes do que essas e acredito que quase 100% das mães passarão por essa experiência no primeiro ano de vida do bebê.
Mas, é preciso ter muita calma nesse momento.
Primeiramente, é importante avaliar se a falta de apetite da criança é orgânica (dentes nascendo, gripe, febre etc.) ou comportamental.
Falta de apetite orgânica:
Quando a criança está doentinha, é normal a falta de apetite. Nesses momentos, é importante estimular a criança a se alimentar, oferecendo seus alimentos favoritos (dentre os saudáveis), respeitando sempre sua aceitação. Algumas dicas para essas situações:
- Dentes nascendo: oferecer as refeições principais em temperatura ambiente e as frutas mais geladinhas. Modificar a textura dos alimentos para consistência mais pastosa.
- Gripe e febre: oferecer muita água para auxiliar na hidratação. Aumentar a oferta de alimentos ricos em vitamina C e com propriedades anti-inflamatórias tais como: maçã, mamão, laranja-lima, goiaba, abacate, abóbora, brócolis, agrião, inhame e peixe.
- Diarreia: oferecer muita água para auxiliar na hidratação. Diminuir a oferta de alimentos laxantes e aumentar a oferta de alimentos constipantes. Veja alguns exemplos:
Alimentos Laxantes:
Mamão
Manga
Abacate
Ameixa
Quiabo
Abóbora
Inhame
Feijão
Alimentos Constipantes:
Banana
Maçã (sem casca)
Pera (sem casca)
Goiaba
Cenoura
Batata
Arroz branco
Falta de apetite comportamental:
Em muitos casos, as crianças deixam de comer para chamar a atenção ou para conseguir alguma coisa. Por isso, quando a falta de apetite é comportamental, a atenção nas estratégias para fazer a criança comer é fundamental.
Algumas dicas infalíveis para auxiliar o seu filho a comer bem:
- Tenha paciência (muita paciência).
- Siga uma rotina alimentar, mesmo nos fins de semana.
- Alimente a criança em local apropriado. Nunca ofereça os alimentos para a criança em frente à televisão ou outros equipamentos eletrônicos.
- Faça do momento da alimentação um momento feliz e descontraído, mas sem fazer muita bagunça.
- Atenção à consistência das papinhas: comece com consistência pastosa e evolua gradativamente até ficar em pedacinhos. Não bata no liquidificador nem passe na peneira.
- Respeite o limite da criança. Não há necessidade de forçar quando se percebe que a criança não quer mais comer. Ela precisa aprender o limite de saciedade. Após os 6 meses, a capacidade gástrica da criança é de 20 g a 30 g (1 colher de sopa rasa) por Kg de peso do bebê. Mais do que isso não cabe.
- Varie ao máximo as preparações.
- Estimule a criança a pegar os alimentos com a mão.
- Práticas de coerção (castigos) e gratificação (prêmios) são desaconselhadas. Nunca force a criança a comer, estimule-a.
- Não substitua as refeições por lanches ou leite e não ofereça alimentos industrializados.
- Se o seu filho não come bem com você, peça para outra pessoa oferecer a refeição.
- Faça refeições em família. Quando a criança observa outras pessoas comendo, isso pode estimular o apetite.
- Alimente o seu filho de forma amorosa. Assim como a amamentação nutre o corpo e a alma, a alimentação complementar também deve cumprir esse papel.
- Não desista nunca!
MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL
SECRETARIA DE SERVIÇOS INTEGRADOS DE SAÚDE
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